domingo, 27 de fevereiro de 2011

SUA EXCELÊNCIA, A SENHORA PRESIDENTA DILMA

Agora, o Diário Oficial da União adotou o vocabulário presidenta nos atos e despachos iniciais de Dilma Rousseff. As feministas do governo gostam de presidenta e as conservadoras (maioria) preferem presidente, já adotado por jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão. Na verdade, a ordem partiu de Dilma: ela quer ser chamada de Presidenta. E ponto final.
Por oportuno, vou dar conhecimento a vocês de um texto sobre este assunto e que foi enviado pelo leitor Hélio Fontes, de Santa Catarina. Intitulado "Olha a Vernácula". Vejam:
... " No português existem os particípios ativos como derivativos verbais. Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é menticante. Qual é o particípio ativo do verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade.
... Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte. Portanto, à pessoa que preside é PRESIDENTE, e não presidenta, independentemente do sexo que tenha.
Se diz capela ardente, e não capela "ardenta";
Se diz estudante, e não "estudanta";
Se diz adolescente, e não "adolescenta";
Se diz paciente, e não "pacienta".
Um bom exemplo seria:
"A candidata à presidenta se comporta como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada representanta. Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela ardenta, pois esta dirigenta política,
dentre tantas outras suas atitudes barbarizentas, não tem o direito de violar o pobre português, só para ficar contenta..."

4 comentários:

  1. Hélio Fontes, a quem muito admiro, é primo de meu falecido Pai.
    Hoje fui alertado por minha filha Maria Fernanda que no VOLP existe a palavra presidenta e agora, para onde vamos?

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  2. É de imposição legal (Lei n.º 2.749, de 2 de abril de 1956), e de acordo com o bom-senso gramatical, que nomes designativos de cargos e funções do funcionalismo público tenham flexão: uma forma para o masculino, outra para o feminino. Assim:

    "FEMININO DE CARGOS E FUNÇÕES (POUCOS SABEM)

    * Os nomes terminados em “-ente” são comuns de dois gêneros; admitem, porém, a forma feminina normal: presidente/presidenta; parente/parenta; servente/serventa.

    o acadêmico – a acadêmica
    o advogado – a advogada
    o arbitrador – a arbitradora
    o avaliador – a avaliadora
    o bacharel – a bacharela
    o bibliotecário – a bibliotecária
    o candidato – a candidata
    o chefe – a chefa
    o contador – a contadora
    o contínuo – a contínua
    o coronel – a coronela
    o curador – a curadora
    o datilógrafo – a datilógrafa
    o delegado – a delegada
    o depositário a depositária
    o deputado – a deputada
    o desembargador – a desembargadora
    o diretor – a diretora
    o distribuidor – a distribuidora
    o doutor – a doutora
    o escriturário – a escriturária
    o escrivão – a escrivã
    o estudante – a estudanta*
    o faxineiro –a faxineira
    o investigador – a investigadora
    o inspetor – a inspetora
    o juiz – a juíza
    o liquidatário – a liquidatária
    o médico – a médica
    o ministro – a ministra
    o notário – a notária
    o oficial – a oficiala
    o operador –a operadora
    o partidor – a partidora
    o perito – a perita
    o porteiro – a porteira
    o prefeito – a prefeita
    o presidente – a presidenta*
    o procurador – a procuradora
    o promotor – a promotora
    o secretário – a secretária
    o senador – a senadora
    o serventuário – a serventuária
    o tabelião – a tabelioa, a tabeliã
    o taquígrafo – a taquigrafa
    o tesoureiro – a tesoureira
    o tutor – a tutora
    o vereador – a vereadora

    David Fares"

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  3. Sugiro que sejam acessados os seguintes dicionários:
    Dicionário (luso) da Língua Portuguesa Priberam: http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=presidenta
    Dicionário Michaelis: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=presidenta
    A mesma regra vale para “oficial / oficiala” e “chefe / chefa”.
    Não sabemos ao certo desde quando é que este registro lexicográfico é feito, mas a palavra constava já do Novo Dicionário da Língua Portuguesa de Cândido de Figueiredo (1913) ou do Vocabulário Ortográfico e Remissivo da Língua Portuguesa de Gonçalves Viana (1914). Ou seja, há, praticamente, 100 anos!
    Refira-se ainda que Cândido de Figueiredo registra este vocábulo como neologismo (em 1913, pelo menos) e abona o seu verbete com uma referência à obra As Sabichonas, de António Feliciano de Castilho (1872), versão livre da comédia de Molière Les Femmes Savantes, onde a personagem Pancrácio se dirige várias vezes à personagem Teodora como "presidenta".
    Concluindo: mais do que uma questão lexical, parece-me que o que foi trazido à lume pelo sabichão Helio Fontes é uma orientação política!

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  4. Não há como comparar o português brasileiro com o português europeu, afinal existem muitos vocábulos em uma língua e outra que possuem significados diferentes. No português brasileiro, presidente é aquele ou aquela que preside, contribuinte é aquele ou aquela que contribui, assistente é aquele ou aquela que assiste, sempre seguindo a lógica de que o substantivo é comum de dois gêneros como o gerente e a gerente. Provavelmente, já encontraremos em dicionários virtuais o vocábulo "presidenta", ainda assim não significa que esteja grafada corretamente, isso quer dizer que adotou o padrão popular e, nesse caso, por imposição de uma governante que não sabe fazer uso da própria língua!

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