Agora, o Diário Oficial da União adotou o vocabulário presidenta nos atos e despachos iniciais de Dilma Rousseff. As feministas do governo gostam de presidenta e as conservadoras (maioria) preferem presidente, já adotado por jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão. Na verdade, a ordem partiu de Dilma: ela quer ser chamada de Presidenta. E ponto final.
Por oportuno, vou dar conhecimento a vocês de um texto sobre este assunto e que foi enviado pelo leitor Hélio Fontes, de Santa Catarina. Intitulado "Olha a Vernácula". Vejam:
... " No português existem os particípios ativos como derivativos verbais. Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é menticante. Qual é o particípio ativo do verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade.
... Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte. Portanto, à pessoa que preside é PRESIDENTE, e não presidenta, independentemente do sexo que tenha.
Se diz capela ardente, e não capela "ardenta";
Se diz estudante, e não "estudanta";
Se diz adolescente, e não "adolescenta";
Se diz paciente, e não "pacienta".
Um bom exemplo seria:
"A candidata à presidenta se comporta como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada representanta. Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela ardenta, pois esta dirigenta política,
dentre tantas outras suas atitudes barbarizentas, não tem o direito de violar o pobre português, só para ficar contenta..."
Hélio Fontes, a quem muito admiro, é primo de meu falecido Pai.
ResponderExcluirHoje fui alertado por minha filha Maria Fernanda que no VOLP existe a palavra presidenta e agora, para onde vamos?
É de imposição legal (Lei n.º 2.749, de 2 de abril de 1956), e de acordo com o bom-senso gramatical, que nomes designativos de cargos e funções do funcionalismo público tenham flexão: uma forma para o masculino, outra para o feminino. Assim:
ResponderExcluir"FEMININO DE CARGOS E FUNÇÕES (POUCOS SABEM)
* Os nomes terminados em “-ente” são comuns de dois gêneros; admitem, porém, a forma feminina normal: presidente/presidenta; parente/parenta; servente/serventa.
o acadêmico – a acadêmica
o advogado – a advogada
o arbitrador – a arbitradora
o avaliador – a avaliadora
o bacharel – a bacharela
o bibliotecário – a bibliotecária
o candidato – a candidata
o chefe – a chefa
o contador – a contadora
o contínuo – a contínua
o coronel – a coronela
o curador – a curadora
o datilógrafo – a datilógrafa
o delegado – a delegada
o depositário a depositária
o deputado – a deputada
o desembargador – a desembargadora
o diretor – a diretora
o distribuidor – a distribuidora
o doutor – a doutora
o escriturário – a escriturária
o escrivão – a escrivã
o estudante – a estudanta*
o faxineiro –a faxineira
o investigador – a investigadora
o inspetor – a inspetora
o juiz – a juíza
o liquidatário – a liquidatária
o médico – a médica
o ministro – a ministra
o notário – a notária
o oficial – a oficiala
o operador –a operadora
o partidor – a partidora
o perito – a perita
o porteiro – a porteira
o prefeito – a prefeita
o presidente – a presidenta*
o procurador – a procuradora
o promotor – a promotora
o secretário – a secretária
o senador – a senadora
o serventuário – a serventuária
o tabelião – a tabelioa, a tabeliã
o taquígrafo – a taquigrafa
o tesoureiro – a tesoureira
o tutor – a tutora
o vereador – a vereadora
David Fares"
Sugiro que sejam acessados os seguintes dicionários:
ResponderExcluirDicionário (luso) da Língua Portuguesa Priberam: http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=presidenta
Dicionário Michaelis: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=presidenta
A mesma regra vale para “oficial / oficiala” e “chefe / chefa”.
Não sabemos ao certo desde quando é que este registro lexicográfico é feito, mas a palavra constava já do Novo Dicionário da Língua Portuguesa de Cândido de Figueiredo (1913) ou do Vocabulário Ortográfico e Remissivo da Língua Portuguesa de Gonçalves Viana (1914). Ou seja, há, praticamente, 100 anos!
Refira-se ainda que Cândido de Figueiredo registra este vocábulo como neologismo (em 1913, pelo menos) e abona o seu verbete com uma referência à obra As Sabichonas, de António Feliciano de Castilho (1872), versão livre da comédia de Molière Les Femmes Savantes, onde a personagem Pancrácio se dirige várias vezes à personagem Teodora como "presidenta".
Concluindo: mais do que uma questão lexical, parece-me que o que foi trazido à lume pelo sabichão Helio Fontes é uma orientação política!
Não há como comparar o português brasileiro com o português europeu, afinal existem muitos vocábulos em uma língua e outra que possuem significados diferentes. No português brasileiro, presidente é aquele ou aquela que preside, contribuinte é aquele ou aquela que contribui, assistente é aquele ou aquela que assiste, sempre seguindo a lógica de que o substantivo é comum de dois gêneros como o gerente e a gerente. Provavelmente, já encontraremos em dicionários virtuais o vocábulo "presidenta", ainda assim não significa que esteja grafada corretamente, isso quer dizer que adotou o padrão popular e, nesse caso, por imposição de uma governante que não sabe fazer uso da própria língua!
ResponderExcluir