segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Brincando com a Língua Portuguesa III

SÓ A LÍNGUA PORTUGUESA NOS PERMITE ESCREVER ASSIM!...

Paulo Pedro Pereira Pinto, pequeno pintor Português, pintava portas, paredes, portais. Porém, pediu para parar porque preferiu pintar Panfletos. Partindo para Piracicaba, pintou prateleiras para poder progredir.
Posteriormente, partiu para Pirapora. Pernoitando, prosseguiu para Paranavaí, pois pretendia praticar pinturas para pessoas pobres.
Porém, pouco praticou, porque Padre Pedro pediu para pintar panelas, porém posteriormente pintou pratos para poder pagar promessas. Pálido, porém personalizado, preferiu partir para Portugal para pedirpermissão para papai para permanecer praticando pinturas, preferindo, portanto, Paris. Partindo para Paris, passou pelos Pirineus, pois pretendia pintá-los. Pareciam plácidos, porém, pesaroso, percebeu penhascos pedregosos, preferindo pintá-los parcialmente, poisperigosas pedras pareciam precipitar-se, principalmente pelo Pico,porque pastores passavam pelas picadas para pedirem pousada, provocando provavelmente pequenas perfurações, pois, pelo passo percorriam, permanentemente, possantes potrancas. Pisando Paris, pediu permissão para pintar palácios pomposos, procurando pontos pitorescos, pois, para pintar pobreza, precisaria percorrer pontos perigosos, pestilentos, perniciosos, preferindo Paulo Pinto precaver-se. Profundaprivação passou Paulo Pinto. Pensava poder prosseguir pintando, porém, pretas previsões passavam pelo pensamento, provocando profundospesares, principalmente por pretender partir prontamente para Portugal. Povo previdente! Pensava Paulo Pinto...
- Preciso partir para Portugal porque pedem para prestigiar patrícios, pintando principais portos portugueses. Paris! Paris! Proferiu Paulo Pinto.
- Parto, porém penso pintá-la permanentemente, pois pretendo progredir. Pisando Portugal, Paulo Pinto procurou pelos pais, porémPapai Procópio partira para Província.
Pedindo provisões, partiu prontamente, pois precisava pedir permissãopara Papai Procópio para prosseguir praticando pinturas. Profundamente pálido, perfez percurso percorrido pelo pai. Pedindo permissão, penetrou pelo portão principal.
Porém, Papai Procópio puxando-o pelo pescoço proferiu: - Pedistepermissão para praticar pintura, porém, praticando, pintas pior. Primo Pinduca pintou perfeitamente prima Petúnia. Porque pintas porcarias? - Papai, - proferiu Paulo Pinto - pintoporque permitistes, porém, preferindo, poderei procurar profissão própria para poder provar perseverança, pois pretendo permanecer por Portugal. Pegando Paulo Pinto pelo pulso, penetrou pelo patamar, procurando pelos pertences, partiu prontamente, pois pretendia por Paulo Pinto para praticar profissão.
Perfeito: Pedreiro! Passando pela ponte precisaram pescar para poderem prosseguir peregrinando. Primeiro, pegaram peixes pequenos, porém,passando pouco prazo, pegaram pacus, piaus, piabas, piaparas, pirarucus. Partiram pela picada próxima, pois pretendiam pernoitar pertinho, para procurar primo Péricles primeiro. Pisando por pedras pontudas, Papai Procópio procurou Péricles, primo próximo, pedreiroprofissional perfeito. Poucas palavras proferiram, porém prometeu pagar pequena parcela para Péricles profissionalizar Paulo Pinto.
Primeiramente Paulo Pinto pegava pedras, porém, Péricles pediu-lhe para pintar prédios, pois precisava pagar pintores práticos. Particularmente Paulo Pinto preferia pintar prédios. Pereceu pintando prédios para Péricles, pois precipitou-se pelas paredes pintadas.
Pobre Paulo Pinto pereceu pintando...
Permita-me, pois, pedir perdão pela paciência, pois pretendo parar para pensar...
Para parar preciso pensar.
Pensei. Portanto, pronto: Pararei!·
E ainda há quem se ache o máximo quando consegue dizer: 'O Rato Roeu aRica Roupa do Rei da Rússia.'!!!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

A Singularidade do Plural

Várias palavras, no plural, adquirem significados diferentes.
Ouro, no singular, é o metal precioso.
Ouros, no plural, é um dos naipes das cartas do baralho.
Bem é o contrário de mal.
Bens são as propriedades que uma pessoa tem.
Letra é um caractere do alfabeto.
Letras é o curso universitário.
Liberdade é o poder de escolher.
Liberdades é quando a moça repreende o rapaz apressadinho: - Vamos parar com essas liberdades?

domingo, 12 de abril de 2009

DE OLHO NA LÍNGUA

- MATANÇA GRAMATICAL
Tudo é matança, mas há algumas diferenças: o filho que mata o pai comete um parricídio. O filho que mata a mãe comete um matricídio. Os pais que matam o filho cometem um filicídio. A mulher que mata o marido comete um mariticídio. E o marido que mata a esposa comete (que horrível) um uxoricídio.
- APERTEM OS CINTOS!
Para cada realidade concreta existe uma palavra adequada. Quando um avião desce no aeroporto, aterrissa ou aterriza. Quando o hidroavião pousa no mar, amerissa. E quando uma nave pousa na lua, alunissa ou aluniza.
- FRANCESISMOS? MERCI BEAUCOUP!
É bom saber que algumas palavras do nosso vocabulário vieram do francês e, embora possamos usá-las tranqüilamente, possuem correspondentes exatos no português. Para ateliê temos oficina; para complô temos conspiração; para menu temos cardápio; e para omelete temos fritada de ovos.
- POLITICAMENTE CORRETO
Hoje, há quem diga que precisamos falar politicamente correto, evitando expressões racistas como: ele judiou de mim, a coisa tá preta ou você está denegrindo minha imagem. Até os brancos começam a se revoltar quando ouvem o vestibulando reclamar: Xi... me deu um branco!
- PONTUALIDADE BRASILEIRA
A distinção entre hora e horário é delicada, mas real. Hora pode ser definida como a 24ª parte de um dia inteiro ou como um período de 60 minutos. Já horário (tanto substantivo como adjetivo) refere-se a um período com mais de 1 hora: horário do ônibus, horário nobre, fuso horário, carga horária. Uma comparação: calendário é o período de dias, palavra proveniente de calendas que, em latim, era o primeiro dia do mês.
- FALOU E DISSE!
Falar e dizer não são sinônimos. Quem fala, fala bem, fala muito, fala com alguém, fala diante dos outros. Já quem diz, diz a verdade, diz o que pensa, diz besteira, diz o que não deve. Falar tem a ver com o ato da fala. Dizer tem a ver com o conteúdo expresso por aquele que fala. Falou?
- A CURA PELA GRAMÁTICA
Existe uma doença que admite os quatro usos que médicos e pacientes fazem dela: a diabete, a diabetes, o diabete e o diabetes. Por outro lado, no caso da palavra terminada em s, o adjetivo que lhe segue fica no singular: diabetes insípido, diabetes melito, diabetes sacarino ou diabetes sacarina.
- QUESTÃO DE OUVIDO
Li, certa vez, numa placa: "É proibida a instalação de autofalantes." O ouvido doeu. Não tanto pelo medo de ouvir alguém gritando pelo alto-falante, mas por imaginar como alguém poderia fazer o casamento entre um automóvel e um falante, que ainda por cima era proibido instalar.
- O OUVIDO DÓI, MAS O QUE FAZER?
.A prosódia indica-nos a maneira certa de pronunciar as palavras, levando em conta a sua tonicidade, conhecimento que ajuda a grafá-las corretamente. Rubrica fala-se rubrica, com o i tônico, mas não acentuado. Ruim é ruim, com i tônico, mas não acentuado. Maquinaria é maquinaria, com i tônico mas não acentuado. E pudico fala-se pudico mesmo, com i tônico, e esse i também não é acentuado.
- A METONÍMIA E O IBOPE
Metonímia é uma figura de linguagem em que se usa uma palavra no lugar de outra, estando as duas estreitamente relacionadas. Quando eu digo que a novela está sem ibope trata-se de uma metonímia, porque ibope é a sigla do Instituto Brasileiro de Opinião Pública, e o que a novela não tem mesmo é audiência, cujo índice, aí sim, é calculado pelo Ibope.
- MEDICINA GRAMATICAL
Às vezes falamos com imprecisões de sentido, e valeria a pena caprichar. Por exemplo: febre alta. Na verdade, toda febre é temperatura alta. Febre baixa, pelo menos na medicina gramatical, também não existe. Outro exemplo: tirar a pressão. Se uma enfermeira tirar a minha pressão sangüínea eu morro na hora. É bem melhor pedir-lhe para medir a pressão.
- O TEMPO NÃO PÁRA
Hoje é hoje. Amanhã é depois de hoje. E depois de amanhã é daqui a dois dias. E como voltar para o passado? Ontem foi antes de hoje. Antes de ontem é anteontem. E antes de anteontem? Trasanteontem. Por incrível que pareça.
- INSÔNIA GRAMATICAL
Depois do décimo carneirinho, podemos contar, sem hífen: décimo primeiro, décimo segundo. Depois: vigésimo, vigésimo primeiro, vigésimo segundo, também sem hífen. Depois: centésimo, centésimo primeiro... E se a insônia for longa, milionésimo, bilionésimo, trilionésimo primeiro, trilionésimo segundo... e boa-noite!
- E AGORA, JOSÉ?
O vocativo é a palavra que serve para chamar alguém ou um animal. Se estiver no meio da frase, vem entre vírgulas. Se estiver no início, põe-se uma vírgula depois. Se vier no final, põe-se uma vírgula antes. Vejamos: José, e agora? E agora, José? Mas, José, e agora?
- O MELHOR, SE FOR MELHOR, MELHOR VIVERÁ
Na frase acima, a palavra melhor pertence a três categorias gramaticais diferentes. O melhor (substantivo), se for melhor (adjetivo), melhor (advérbio) viverá. Deles, o último é invariável. A frase no plural fica assim: os melhores, se forem melhores, melhor viverão.
- MUDANÇA DE HÁBITO
Como tratar pessoas que ocupam cargos importantes? Um cardeal é Vossa Eminência. Um ministro é Vossa Excelência. Um prefeito também. Um reitor é Vossa Magnificência. Um padre é Vossa Reverendíssima. Um gerente de banco é Vossa Senhoria. Um coronel também. E o papa é Vossa Santidade. Se estamos acostumados a chamar todo mundo de você, é melhor mudar de hábito...
- CONVERSA PRA BOI DORMIR
Até no açougue é preciso falar bem. Quando queremos comprar a parte traseira acima das coxas do animal, devemos pedir alguns gramas ou mesmo um quilo de coxão. Trata-se do aumentativo de coxa. Há quem fale colchão, mas isso já é conversa pra boi dormir.
- 1º DE MAIO
O que comemoramos no dia primeiro de maio? Quem respondeu o Dia do Trabalho, deveria trabalhar em dobro nesse dia. Comemoramos o Dia do Trabalhador, em analogia com outras datas ao longo do ano em que lembramos o jornalista, o médico e a secretária. Esse feriado nasceu para homenagear operários mortos durante uma passeata no dia 10 de maio de 1889, em Chicago.
- APOFONIA: ISSO TEM CURA?
Vários nomes que, no singular, possuem na sílaba tônica um o fechado - povo, poço, glorioso e olho - no plural experimentam mudança de timbre. As palavras povos, poços, gloriosos e olhos são pronunciadas com o o aberto. É o caso também de novos, porcos e coros. Este é um exemplo de apofonia. E como toda a regra tem a sua exceção, gostos, tronos e bolsos têm o o tônico fechado.
- QUE PENA!
O uso contínuo de uma expressão errada torna o erro invisível. Poucos vêem o equívoco de usar a palavra penalizar no sentido de punir e castigar. É comum ouvirmos, por exemplo: os jogadores foram penalizados com a expulsão. Penalizar, na verdade, significa causar dor e tristeza. Ele ficou penalizado (ficou triste) ao ver a expulsão dos jogadores. O certo, então, é mudar o verbo da frase anterior, e escrever assim: os jogadores foram punidos com a expulsão.
- A SINGULARIDADE DO PLURAL
Várias palavras, no plural, adquirem significados diferentes. Ouro, no singular, é o metal precioso. Ouros, no plural, é um dos naipes das cartas do baralho. Bem é o contrário de mal. Bens são as propriedades que uma pessoa tem. Letra é um caractere do alfabeto. Letras é o curso universitário. Liberdade é o poder de escolher. Liberdades é quando a moça repreende o rapaz apressadinho: - Vamos parar com essas liberdades?
- QUESTÃO DE DIPLOMACIA
No mundo da diplomacia, um deslize verbal pode abalar o relacionamento entre dois países. Jamais devemos chamar uma embaixadora de embaixatriz. Ambas as palavras fazem o feminino de embaixador. Porém, a diferença entre uma e outra é imensa: embaixadora é a mulher que ocupa o cargo mais elevado numa embaixada, e embaixatriz é apenas... a esposa do embaixador.

domingo, 29 de março de 2009

Todos os sons...

Vozes de animais e barulhos ou ruídos de coisas

Abelha - azoinar, sussurrar, zinir, ziziar, zoar, zonzonear, zuir, zunzum, zumbar, zumbir, zumbrar, zunzir, zunzar, zunzilular, zunzunar
Abutre, açor - grasnar
Águia - borbolhar, cachoar, chapinhar, chiar, escachoar, murmurar, rufar, rumorejar, sussurrar, trapejar, crocitar, grasnar, gritar, piar
Andorinha - chilrar, chilrear, gazear, gorjear, grinfar, trinfar, trissar, zinzilular
Andorinhão - crocitar, piar
Anho - balar, mugir
Anhuma - cantar, gritar
Anta - assobiar
Anum - piar
Apito - assobiar, silvar, trilar
Araponga - bigornear, golpear, gritar, martelar, retinir, serrar, soar, tinir
Arapuá - V abelha
Arara - chalrar, grasnar, gritar, palrar, taramelar
Arganaz - chiar, guinchar
Ariranha - regougar
Árvore - farfalhar, murmurar, ramalhar, sussurrar
Asa - ruflar
Asno - V burro
Auroque - berrar
Avestruz - grasnar, roncar, rugir
Azulão - cantar, gorjear, trinar
Bacurau - gemer, piar
Baioneta - tinir
Baitaca - chalrar, chalrear, palrar
Bala - assobiar, esfuziar, sibilar, zumbir, zunir
Baleia - bufar
Bandeira - trepear
Beija-flor - trissar
Beijo - estalar, estalejar
Bem-te-vi - cantar, estridular, assobiar
Besouro - zoar, zumbir, zunir
Bezerro - berrar, mugir
Bife - rechinar
Bisão - berrar
Bode - balar, blalir, berrar, bodejar, gaguejar
Boi - mugir, berrar, bufar, arruar
Bomba - arrebentar, estourar, estrondar, estrondear
Búfalo - bramar, berrar, mugir
Bugio - berrar
Burro - azurrar, ornear, ornejar, rebusnar, relinchar, zornar, zunar, zurrar
Buzina - fonfonar
Cabra, cabrito - balar, balir, berregar, barregar, berrar, bezoar
Caburé - piar, rir, silvar
Caititu - grunhir, roncar
Calhandra - chilidar, gazear, grinfar, trinfar, trissar, zinzilular
Cambaxira, corruíra, garrincha - chilrear, galrear
Camelo - blaterar
Campainha - soar, tilintar, tocar
Camundongo - chiar, guinchar
Canário - cantar, dobrar, modular, trilar, trinar
Canhão - atroar, estrondear, estrugir, retumbar, ribombar, troar
Cão - acuar, aulir, balsar, cainhar, cuincar, esganiçar, ganir, ganizar, ladrar, latir, maticar, roncar, ronronar, rosnar, uivar, ulular
Capivara - assobiar
Caracará - crocitar, grasnar, grasnir
Carneiro - balar, balir, berrar, berregar
Cavalo - bufar, bufir, nitrir, relinchar, rifar, rinchar
Cegonha - gloterar, grasnar
Chacal - regougar
Champanha - espocar, estourar
Chave - trincar
Cigarra - cantar, chiar, chichiar, ciciar, cigarrear, estridular, estrilar, fretenir, rechiar, rechinar, retinir, zangarrear, zinir, ziziar, zunir
Cisne - arensar
Cobra - assobiar, chocalhar, guizalhar, sibilar, silvar
Codorna - piar, trilar
Coelho - chiar, guinchar
Condor - crocitar
Copo - retinir, tilintar, tinir
Coração - bater, palpitar, pulsar, arquejar, latejar
Cordeiro - berregar, balar, balir
Corneta - tocar, estrugir
Corrupião - cantar, gorjear, trinar
Coruja - chirrear, corujar, crocitar, crujar, piar, rir
Corvo - corvejar, crocitar, grasnar, crasnar
Cotovia - cantar, gorjear
Cozimento - escachoar, acachoar, grugulejar, grugrulhar
Crocodilo - bramir, rugir
Cuco - cucular, cuar
Curiango - gemer
Cutia - gargalhar, bufar
Dedo - estalar, estrincar
Dente - estalar, estalejar, ranger, ringir, roçar
Doninha - chiar, guinchar
Dromedário - blaterar
Égua - V cavalo
Elefante - barrir, bramir
Ema - grasnar, suspirar
Espada - entrechocar, tinir
Espingarda - espocar
Esporas - retinir, tinir
Estorninho - pissitar
Falcão - crocitar, piar, pipiar
Ferreiro - V araponga
Flecha - assobiar, sibilar, silvar, zunir
Fogo - crepitar, estalar
Foguete - chiar, rechiar, esfuziar, espocar, estourar, estrondear, pipocar
Fole - arquejar, ofegar, resfolegar
Folha - farfalhar, marulhar, sussurrar
Fonte - borbulhar, cachoar, cantar, murmurar, murmurinhar, sussurrar, trapejar
Fritura - chiar, rechiar, rechinar
Gafanhoto - chichiar, ziziar
Gaio - gralhar, grasnar
Gaivota - grasnar, pipilar
Galinha d'angola - fraquejar
Galinha - carcarejar, cacarecar, carcarcar
Galo - cantar, clarinar, cocoriar, cocoricar, cucuricar, cucuritar
Gambá - chiar, guinchar, regougar
Ganso - gasnar, gritar
Garça - gazear
Gato - miar, resbunar, resmonear, ronronar, roncar, chorar, choradeira
Gaturamo - gemer
Gavião - guinchar
Gongo - ranger, vibrar, soar
Gralha - crocitar, gralhar, gralhear, grasnar
Graúna - cantar, trinar
Grilo - chirriar, crilar, estridular, estrilar, guizalhar, trilar, tritrilar, tritrinar
Grou - grasnar, grugrulhar, gruir, grulhar
Guará (ave pernalta) - gazear, grasnar
Guará - uivar
Hiena - gargalhar, gargalhear, gargalhadear
Hipopótamo - grunhir
Inambu - piar
Inseto - chiar, chirrear, estridular, sibilar, silvar, zinir, ziziar, zoar, zumbir, zunir, zunitar
Jaburu - gritar
Jacu - grasnar
Jaguar - V onça
Jandaia - V arara
Javali - arruar, cuinchar, cuinhar, grunhir, roncar, rosnar
Jia - coaxar
Jumento - azurrar, ornear, ornejar, rebusnar, zornar, zurrar
Juriti - arrular, arulhar, soluçar, turturinar
Lagarto - gecar
Lama (quando batida com as mãos, com os pés ou com o corpo) - chapinhar
Leão - bramar, bramir, fremir, rugir, urrar
Lebre - assobiar, guinchar
Leitão - bacorejar, cuinchar, cuinhar
Leopardo - bramar, bramir, fremir, rugir, urrar
Líquido - gluglu, gorgolejar
Lobo - ladrar, uivar, ulular
Locomotiva - apitar, resfolegar, silvar
Lontra - assobiar, chiar, guinchar
Macaco - assobiar, guinchar, cuinchar
Macuco - V inambu
Maitá, maitaca - V baitaca
Mar - bramar, bramir, marulhar, mugir, rebramar, roncar
Marreco - grasnar, grasnir, grassitar
Martelo - malhar
Melro - assobiar, cantar
Metal - tinir
Metralhadora - pipocar, pipoquear, matraquear, matraquejar
Milhafre - crocitar, grasnar
Milheira - tinir
Mocho - chirrear, corujar, crocitar, piar, rir
Morcego - farfalhar, trissar
Mosca - zinir, zoar, zumbir, zunir, zumbar, ziziar, zonzonear, sussurrar, azoinar, zunzum
Motor - roncar, zunir, assobiar, zumbir
Mula - V burro
Mutum - cantar, gemer, piar
Onça - esturrar, miar, rugir, urrar
Onda - bater, bramir, estrondar, murmurar
Ovelha - balar, balir, berrar, berregar
Paca - assobiar
Palmas (das mãos) - estalar, estrepitar, estrugir, soar, vibrar
Pandeiro - rufar
Pantera - miar, rosnar, rugir
Papagaio - charlar, charlear, falar, grazinar, parlar, palrear, taramelar, tartarear
Pardal - chaiar, chilrear, piar, pipilar
Passarinho - apitar, assobiar, cantar, chalrar, chichiar, chalrear, chiar, chilrar, chilrear, chirrear, dobrar, estribilhar, galrar, galrear, garrir, garrular, gazear, gazilar, gazilhar, gorjear, granizar, gritar, modular, palrar, papiar, piar, pipiar, pipilar, pipitar, ralhar, redobrar, regorjear, soar, suspirar, taralhar, tinir, tintinar, tintinir, tintlar, tintilar, trilar, trinar, ulular, vozear
Patativa - cantar, soluçar
Pato - grasnar, grassitar
Pavão - pupilar
Pega - palrar
Peixe - roncar
Pelicano - grasnar, grassitar
Perdigão, perdiz - cacarejar, piar, pipiar
Periquito - chalrar, chalrear, palrar
Pernilongo - cantar, zinir, zuir, zumbir, zunzunar
Peru - gluginejar, gorgolejar, grugrulejar, grugrulhar, grulhar
Pião (brinquedo) - ró-ró, roncar, zunir
Pica-pau - estridular, restridular
Pintarroxo - cantar, gorjear, trinar
Pintassilgo - cantar, dobrar, modular, trilar
Pinto - piar, pipiar, pipilar
Pombo - arrolar, arrular, arrulhar, gemer, rular, rulhar, suspirar, turturilhar, turturinar.
Porco - grunhir, guinchar, roncar
Porta - bater, ranger, chiar, guinchar
Poupa - arrulhar, gemer, rulhar, turturinar
Rã - coaxar, engrolar, gasnir, grasnar, grasnir, malhar, rouquejar
Raposa - regougar, roncar, uivar
Rato - chiar, guinchar
Rinoceronte - bramir, grunhir
Rola - V pombo
Rouxinol - cantar, gorjear, trilar, trinar
Sabiá - cantar, gorjear, modular, trinar
Sagüi - assobiar, guinchar
Sapo - coaxar, gargarejar, grasnar, grasnir, roncar, rouquejar
Seriema - cacarejar, gargalhar
Serpente - V cobra
Tico-tico - cantar, gorjear, trinar
Tigre - bramar, bramir, miar, rugir, urrar
Tordo - trucilar
Toupeira - chiar
Touro - berrar, bufar, mugir, urrar
Tucano - chalrar
Urso - bramar, bramir, rugir
Urubu - V corvo
Vaca - berrar, mugir
Veado - berrar, bramar, rebramar
Vespa - V abelha
Zebra - relinchar, zurrar
(Fonte: Dicionário Michaelis. )

quarta-feira, 18 de março de 2009

Brincando com a Língua Portuguesa III

Este foi escrito por Fabio Henrique Gimenez Nagata
Sinceramente, sei sobre sua saudade.
Saudade sublime, sem similitude, sem sinonímia, sem semelhança.
Sentimentalmente, subconscientemente, solicito seu semblante, sua silhueta, sua sonoridade, seu suor, seus sortilégios.
Sensatamente, solitário sou, sei.
Serafins soam sirenes, saudando seu saracoteio, seu sapateado, seu samba.
Sacerdotisa, sabe sacudir sua saia sem ser safada, sendo sim, sapeca.
Seu sapato, sua sapatilha, sua sandália, singram solos, sugerindo superioridade.
Submisso, sorumbático, soturno, sombrio, suplico seu soslaio.
Sob sobrancelhas, safiras sinalizam: Sim ! Supercílios surreais...
Sorvo seu sorriso, subentendo seus sentidos.
Subserviente, sou seu soldado, sem salário.
Solenizo sua simpatia, supervisiono seu sono, superintendo sua saúde, supro suas solicitações, sigo suas sentenças, segredo seus segredos.
Sondo seus sentimentos ...seriam sempiternos ?
Só sei, sou seu. Sem simpósios, sentencio: seja sem-cerimônia, sancione salvo-conduto. Simbolicamente, saxofones soam semibreves, semicolcheias, semínimas, semifusas, sustenidos, subgraves, semitons, suplicando seu sexo, senão,... sucumbo.
Sem simulacros, seu sutiã seqüestra sua sexualidade setentrional.
Sem sutiã, sem soquete, somente sandália, sua sensualidade, sua sexualidade sulistas sobram superabundantes, salientes, suculentas.
Seminua, sarada, sem silicone, sexy, suscita suplícios sem-par. Socorra seu servo. Sobejam sentimentos. Sou seu soalho, suplante seu subalterno.
Selvagem, sente-se sobre seu súdito...sou seu selim, sua sentina, sua sela, Secrete suor sobre seu seguidor. Sou simples salada sem seu sal, sua soja.
Salive suficientemente... sou sua sacarose. Sangro sem sua salvaguarda.
Saudades ! Sozinho, solitário, sobra sarjeta.
Seja santuário, sinagoga, seita, Santa Sé...serei seminarista, santeiro, sacristão, samaritano, sectário. Seguirei seus Salmos, sem sacrilégios, sem sacrifícios.
Sem semáforos, sem sinaleiras, sou senda sinuosa, sem saída.
Sou seu sequaz. Sou sentinela sequioso. Sou sesmeiro... seja sesmaria. Seja sítio... semearei sistematicamente seu solo. Seja solo... serei semente.
Sou sua sílaba... soletre. Sou sua sardinha, seu ... seja samburá.
Seja salmoura...salgue seu salmão. Sincronizemos, sinergicamente, simbioticamente. Sim, somos simétricos. Seja Saturno ...serei seu satélite. Sua sensualidade solidifica seu sedutor.
Seja sanfona...serei sertanejo. Seja sangue... serei seu soro.
Seja soprano...serei sua serenata, sua seresta.
Séculos, semanas, sábados, sextas, segundas, sessões, sob Sol, seguirei, sorrateiramente, sua sombra. Sina ? Sorte ? Somos sósias, somos simétricos.
Se subescrever, sou seu sobrenome. Seja substantivo...serei sublinha. Sou seu senador, seu sargento...subsidie seu serviçal.
Seriamente, sou só seu. Seu sabor, suplico. Sim, senhorita, sou solteiro, simpático, sagaz, sapiente. Surpreenda seu súdito, sem sutilezas. Se sugerir, serei sultão (sem sevícias, sem safanões, sem sadomasoquismo)...seja serralho.
Se sou sete, seja seis.
Sofro, sobremaneira, sem seu sorriso.
Se sentir sede, sugue, superalimente-se...sou sua soda, seu sorvete, sua sidra, seu suco sumarento. S
em subterfúgios, sem sarros, sem sermão, sem sarcasmos, sem subornos, solte-se. Sonhe, surrealmente: sou seu super-homem, seu suporte.
Seja selva ...serei seu sabiá, seu símio, sua salamandra, seu sapo, sua saracura... Sou sandeu, sim... seja sanatório.
Suicídio ? Sem surtir, sequer, satisfação.
Sou suscetível, sim. Socorro ! Sou seu simplório servo.
Salve ! Silhueta sem-par... Sibilo. Silvo. Sozinho, sofro, sou subdesenvolvido.
Se submergir, sendo sereia, serei submarino. Se surrar seu súdito, subsistirei. Suspenda setas... serei signatário.
Servil, seu sexo, sôfrego, solicito. Socorro, senhorita ! Solidão ? Suplico (sinal-da-cruz): Saia Satanás ! Separados, segregados, sofremos.
Suba sobre seu súdito...sou sua serra.
Selecione suas satisfações...sou seu secretário.
Serre, seccione...sou sua serra.
Santa, sou seu semideus. Seja sumidade, superiora, suprema...serei seu subdelegado.
Silêncio ? Saia ! Sou seu som, sua sintonia.
Sem sono, senhorita ? ... Sou seu sedativo.
Sou sepulcro, sarcófago, sepultura...sozinho, sofro soterrado.
Sou sujeito...seja significado, seja subjuntivo.
Seja Sibéria...serei sua sauna, seu suéter.
Seja sala...serei salão.
Seja shopping suntuoso... serei saguão, seções.
Seja sede...serei subsidiário.
Sem sossego, suplico, sussurrando, seu socorro.
Seja sabre...serei seu samurai.
Sou senzala...seja sinhá. Sob sereno, sob saraivas, serei seu sapê.
Sonho ser seu. Seus sinais sensuais seduzem seu súdito.
Se se sujar, serei seu sabonete, seu sabão, seu "shampoo" .
Sozinho, sobra solilóquio.
Síncope, sinusite, sarampo, septicemia, supuração, sânie, surdez, surtos, sintomatologias (sinas, sintomas) somáticas... seu socorro sara seu servo Sobreviverei, sem seqüelas.
Serei são.
Sozinho, sou secarrão, semimorto.
Sou subordinado, serviçal, sem ser sacripanta, songamonga, sujo.
Sou seu suflê, seu sanduíche, sua salsicha, seu salpicão, seu salame, seus salgadinhos sortidos...sacie-se.
S.O.S.
Sim, sós... (sem sogra, sem sobrinhos, sem sicranos).
Síntese, sinopse sobre sobredito: sou seu súdito!

terça-feira, 3 de março de 2009

Brincando com a Língua Portuguesa II

Mundo Moderno
Silvio Amarante (Fortaleza-CE)

Mundo moderno, marco malévolo, mesclando mentiras, modificando maneiras, mascarando maracutaias, majestoso manicômio. Meu monólogo mostra mentiras, mazelas, misérias, massacres, miscigenação, morticínio - maior maldade mundial.
Madrugada, matuto magro, macrocéfalo, mastiga média morna. Monta matungo malhado munindo machado, martelo, mochila murcha, margeia mata maior. Manhãzinha, move moinho, moendo macaxeira, mandioca. Meio-dia mata marreco, manjar melhorzinho. Meia-noite, mima mulherzinha mimosa, Maria morena, momento maravilha, motivação mútua, mas monocórdia mesmice. Muitos migram, macilentos, maltrapilhos. Morarão modestamente, malocas metropolitanas, mocambos miseráveis. Menos moral, menos mantimentos, mais menosprezo. Metade morre.
Mundo maligno, misturando mendigos maltratados, menores metralhados, militares mandões, meretrizes, maratonas, mocinhas, meras meninas, mariposas mortificando-se moralmente, modestas moças maculadas, mercenárias mulheres marcadas. Mundo medíocre. Milionários montam mansões magníficas: melhor mármore, mobília mirabolante, máxima megalomania, mordomo, Mercedes, motorista, mãos… Magnatas manobrando milhões, mas maioria morre minguando. Moradia meia-água, menos, marquise.
Mundo maluco, máquina mortífera. Mundo moderno, melhore. Melhore mais, melhore muito, melhore mesmo. Merecemos. Maldito mundo moderno, mundinho merda.
Fantástico!!!

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Brincando com a Língua Portuguesa - I

Pedro Paulo Pereira Pinto, pequeno pintor português, pintava portas, paredes, portais. Porém, pediu para parar porque preferiu pintar panfletos.
Partindo para Piracicaba, pintou prateleiras para poder progredir.
Posteriormente, partiu para Pirapora. Pernoitando, prosseguiu para Paranavaí, pois pretendia praticar pinturas para pessoas pobres. Porém, pouco praticou, porque Padre Paulo pediu para pintar panelas, porém posteriormente pintou pratos para poder pagar promessas.
Pálido, porém personalizado, preferiu partir para Portugal para pedir permissão para papai para permanecer praticando pinturas, preferindo, portanto, Paris.
Partindo para Paris, passou pelos Pirineus, pois pretendia pintá-los.
Pareciam plácidos, porém, pesaroso, percebeu penhascos pedregosos, preferindo pintá-los parcialmente, pois perigosas pedras pareciam precipitar-se principalmente pelo Pico, porque pastores passavam pelas picadas para pedirem pousada, provocando provavelmente pequenas perfurações, pois, pelo passo percorriam, permanentemente, possantes potrancas.
Pisando Paris, pediu permissão para pintar palácios pomposos, procurando pontos pitorescos, pois, para pintar pobreza, precisaria percorrer pontos perigosos, pestilentos, perniciosos, preferindo Pedro Paulo precaver-se.
Profundas privações passou Pedro Paulo. Pensava poder prosseguir pintando, porém, pretas previsões passavam pelo pensamento, provocando profundos pesares, principalmente por pretender partir prontamente para Portugal.
Povo previdente! Pensava Pedro Paulo… Preciso partir para Portugal porque pedempara prestigiar patrícios, pintando principais portos portugueses. Passando pela principal praça parisiense, partindo para Portugal, pediu para pintar pequenos pássaros pretos.Pintou, prostrou perante políticos, populares, pobres, pedintes.-Paris! Paris! Proferiu Pedro Paulo.-Parto, porém penso pintá-la permanentemente, pois pretendo progredir.
Pisando Portugal, Pedro Paulo procurou pelos pais, porém, Papai Procópio partira para Província.
Pedindo provisões, partiu prontamente, pois precisava pedir permissão para Papai Procópio para prosseguir praticando pinturas. Profundamente pálido, perfez percurso percorrido pelo pai. Pedindo permissão, penetrou pelo portão principal. Porém, Papai Procópio puxando-o pelo pescoço proferiu:
-Pediste permissão para praticar pintura, porém, praticando, pintas pior.
Primo Pinduca pintou perfeitamente prima Petúnia. Porque pintas porcarias?
-Papai, proferiu Pedro Paulo, pinto porque permitiste, porém preferindo, poderei procurar profissão própria para poder provar perseverança, pois pretendo permanecer por Portugal.
Pegando Pedro Paulo pelo pulso, penetrou pelo patamar, procurando pelos pertences, partiu prontamente, pois pretendia pôr Pedro Paulo para praticar profissão perfeita: pedreiro! Passando pela ponte precisaram pescar para poderem prosseguir peregrinando. Primeiro, pegaram peixes pequenos, porém, passando pouco prazo, pegaram pacus, piaparas, pirarucus. Partindo pela picada próxima, pois pretendiam pernoitar pertinho, para procurar primo Péricles primeiro.
Pisando por pedras pontudas, Papai Procópio procurou Péricles, primo próximo, pedreiro profissional perfeito. Poucas palavras proferiram, porém prometeu pagar pequena parcela para Péricles profissionalizar Pedro Paulo.
Primeiramente Pedro Paulo pegava pedras, porém, Péricles pediu-lhe para pintar prédios, pois precisava pagar pintores práticos. Particularmente Pedro Paulo preferia pintar prédios. Pereceu pintando prédios para Péricles, pois precipitou-se pelas paredes pintadas. Pobre Pedro Paulo, pereceu pintando…”
Permita-me, pois, pedir perdão pela paciência, pois pretendo parar para pensar…Para parar preciso pensar.Pensei!
Portanto, pronto pararei.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Aprendendo a viver com a Gramática

A linguagem dirige os pensamentos para direções especificas e, de alguma forma, ela ajuda a pessoa a criar a sua realidade, potencializando ou limitando suas possibilidades. A habilidade de usar a linguagem, com precisão, é essencial para uma boa comunicação e para o sucesso. Aqui a gramática cruza com a vida.

  • Cuidado com a palavra "não". A Frase que contém "não", para ser compreendida, traz à mente o que está junto com ela. O "não" existe apenas na linguagem e não na experiência.

Se pedir a uma pessoa que não pense na cor vermelha, ela pensou sem querer, apesar da negativa, por isso procure falar no positivo, naquilo que quer e não naquilo que não quer.

  • Cuidado com a conjunção adversativa "mas", que nega tudo que veio antes. Por exemplo: "O Pedro é um rapaz inteligente, esforçado, mas...". Substitua "mas" por "e", mude a construção da frase.
  • Cuidado com o verbo "tentar", que pressupõe a possibilidade de falha. Por exemplo: "Vou tentar encontrar com você amanhã às 8 h". Em outras palavras: a pessoa tem grande chance de não ir, pois vai "tentar". Evite "tentar", "farei o possível", diga sim ou não.
  • Cuidado com "não posso" ou "não consigo", que dão idéia de incapacidade pessoal. Use "não quero", "não podia" ou "não conseguia", que pressupõe que vai conseguir, que vai poder .
  • Cuidado com os verbos "devo", "tenho que" ou "preciso", que pressupõem que algo externo controla a sua vida. Em vez deles use "quero", "decido", "vou".
  • Fale dos problemas ou das descrições negativas de si mesmo, utilizando o verbo no passado. Isso libera o presente. Por exemplo: "Eu tinha dificuldade em fazer isto..."
  • Fale das mudanças desejadas para o futuro, utilizando o tempo presente. Por exemplo: em vez de dizer "Vou conseguir", diga "Estou conseguindo".
  • Substitua o "se" "quando". Por exemplo: em vez de falar "Se eu conseguir ganhar dinheiro, vou viajar", fale "Quando eu conseguir ganhar dinheiro vou viajar".
  • Substitua "espero" por "sei". Por exemplo: em vez de falar "Eu espero aprender isso", diga "Eu sei que vou aprender isso". Esperar suscita dúvidas e enfraquece a linguagem.
  • Substitua o futuro do pretérito pelo presente. Por exemplo: Em vez de dizer "Eu gostaria de agradecer a presença de vocês", diga "Eu agradeço a presença de vocês". O verbo no presente fica mais forte e concreto.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Coletivos

Principais nomes que admitem forma coletiva

abelha - enxame, cortiço, colméia
abutre - bando
acompanhante - comitiva, cortejo, séqüito
alho - (quando entrelaçados) réstia, enfiada, cambada
aluno - classe
amigo - (quando em assembléia) tertúlia
animal - (em geral) piara, pandilha, (todos de uma região) fauna, (manada de cavalgaduras) récua, récova, (de carga) tropa, (de carga, menos de 10) lote, (de raça, para reprodução) plantel, (ferozes ou selvagens) alcatéia
anjo - chusma, coro, falange, legião, teoria
apetrecho - (quando de profissionais) ferramenta, instrumental
aplaudidor - (quando pagos) claque
arcabuzeiro - batalhão, manga, regimento
argumento - carrada, monte, montão, multidão
arma - (quando tomadas dos inimigos) troféu
arroz - batelada
artigo - (quando heterogêneo) mixórdia
artista - (quando trabalham juntos) companhia, elenco árvore - (quando em linha) alameda, carreira, rua, souto, (quando constituem maciço) arvoredo, bosque, (quando altas, de troncos retos a aparentar parque artificial) malhada
asneira - acervo, chorrilho, enfiada, monte
asno - manada, récova, récua
assassino - choldra, choldraboldra
assistente - assistência
astro - (quando reunidos a outros do mesmo grupo) constelação
ator - elenco
autógrafo - (quando em lista especial de coleção) álbum
ave - (quando em grande quantidade) bando, nuvem
avião - esquadrão, esquadria, flotilha
bala - saraiva, saraivada
bandeira - (de marinha) mariato
bandoleiro - caterva, corja, horda, malta, súcia, turba
bêbado - corja, súcia, farândola boi - boiada, abesana, armento, cingel, jugada, jugo, junta, manada, rebanho, tropa
bomba - bateria borboleta - boana, panapaná
botão - (de qualquer peça de vestuário) abotoadura, (quando em fileira) carreira
brinquedo - choldra bugio - capela
burro - (em geral) lote, manada, récua, tropa, (quando carregado) comboio
busto - (quando em coleção) galeria
cabelo - (em geral) chumaço, guedelha, madeixa, (conforme a separação) marrafa, trança
cabo - cordame, cordoalha, enxárcia c
abra - fato, malhada, rebanho
cadeira - (quando dispostas em linha) carreira, fileira, linha, renque
cálice - baixela cameleiro - caravana
camelo - (quando em comboio) cáfila
caminhão - frota
camundongo - (quando nascidos de uma só vez) ninhada
canção - (quando reunidas em livro) cancioneiro, (quando populares de uma região) folclore
canhão - bateria
cantilena - salsada
cão - adua, cainçalha, canzoada, chusma, matilha
capim - feixe, braçada, paveia
cardeal - (em geral) sacro colégio, (quando reunidos para a eleição do papa) conclave, (quando reunidos sob a direção do papa) consistório
carneiro - chafardel, grei, malhada, oviário, rebanho
carro - (quando unidos para o mesmo destino) comboio, composição, (quando em desfile) corso
carta - (em geral) correspondência, (quando manuscritas em forma de livro) cartapácio, (quando geográficas) atlas
casa - (quando unidas em forma de quadrados) quarteirão, quadra.
castanha - (quando assadas em fogueira) magusto
cavalariano - (de cavalaria militar) piquete
cavaleiro - cavalgada, cavalhada, tropel
cavalgadura - cáfila, manada, piara, récova, récua, tropa, tropilha
cavalo - manada, tropa
cebola - (quando entrelaçadas pelas hastes) cambada, enfiada, réstia
cédula - bolada, bolaço
chave - (quando num cordel ou argola) molho penca
célula - (quando diferenciadas igualmente) tecido
cereal - (em geral) fartadela, fartão, fartura, (quando em feixes) meda, moréia
cigano - bando, cabilda, pandilha
cliente - clientela, freguesia
coisa - (em geral) coisada, coisarada, ajuntamento, chusma, coleção, cópia, enfiada, (quando antigas e em coleção ordenada) museu, (quando em lista de anotação) rol, relação, (em quantidade que se pode abranger com os braços) braçada, (quando em série) seqüência, série, seqüela, coleção, (quando reunidas e sobrepostas) monte, montão, cúmulo
coluna - colunata, renque
cônego - cabido
conta - (quando miúdas) conta, miçanga
copo - baixela
corda - (em geral) cordoalha, (quando no mesmo liame) maço, (de navio) enxárcia, cordame, massame, cordagem
correia - (em geral) correame, (de montaria) apeiragem
credor - junta, assembléia
crença - (quando populares) folclore
crente - grei, rebanho
depredador - horda deputado - (quando oficialmente reunidos) câmara, assembléia
desordeiro - caterva, corja, malta, pandilha, súcia, troça, turba
diabo - legião dinheiro - bolada, bolaço, disparate
disco - discoteca
disparate - apontoado
doze - (coisas ou animais) dúzia
ébrio - V bêbado égua - V cavalo
elefante - manada
empregado - (quando de firma ou repartição) pessoal
erro - barda
escola - (quando de curso superior) universidade
escravo - (quando da mesma morada) senzala, (quando para o mesmo destino) comboio, (quando aglomerados) bando
escrito - (quando em homenagem a homem ilustre) poliantéia, (quando literários) analectos, antologia, coletânea, crestomatia, espicilégio, florilégio, seleta
espectador - (em geral) assistência, auditório, concorrência, (quando contratados para aplaudir) claque
espiga - (quando atadas) amarrilho, arregaçada, atado, atilho, braçada, fascal, feixe, gavela, lio, molho, paveia
estaca - (quando fincadas em forma de cerca) paliçada
estado - (quando unidos em nação) federação, confederação, república
estampa - (quando selecionadas) iconoteca, (quando explicativas) atlas
estátua - (quando selecionadas) galeria
estrela - (quando cientificamente agrupadas) constelação, (quando em quantidade) acervo, (quando em grande quantidade) miríade
estudante - (quando da mesma escola) classe, turma, (quando em grupo cantam ou tocam) estudantina, (quando em excursão dão concertos) tuna, (quando vivem na mesma casa) república
facínora - caterva, horda, leva, súcia
fazenda - (quando comerciáveis) sortimento
feijão - (quando comerciáveis) batelada, partida
feiticeiro - (quando em assembléia secreta) conciliábulo
feno - braçada, braçado
filhote - (quando nascidos de uma só vez) ninhada
filme - filmoteca, cinemoteca
fio - (quando dobrado) meada, mecha, (quando metálicos e reunidos em feixe) cabo
flecha - (quando caem do ar, em porção) saraiva, saraivada
flor - (quando atadas) antologia, arregaçada, braçada, fascículo, feixe, festão, capela, grinalda, ramalhete, buquê, (quando no mesmo pedúnculo) cacho
foguete - (quando agrupados em roda ou num travessão) girândola força naval - armada força terrestre - exército
formiga - cordão, correição, formigueiro
frade - (quando ao local em que moram) comunidade, convento, (quanto ao fundador ou quanto às regras que obedecem) ordem
frase - (quando desconexas) apontoado
freguês - clientela, freguesia
fruta - (quando ligadas ao mesmo pedúnculo) cacho, (quanto à totalidade das colhidas num ano) colheita, safra
fumo - malhada
gafanhoto - nuvem, praga
garoto - cambada, bando, chusma gato - cambada, gatarrada, gataria
gente - (em geral) chusma, grupo, multidão, (quando indivíduos reles) magote, patuléia, poviléu grão - manípulo, manelo, manhuço, manojo, manolho, maunça, mão, punhado
graveto - (quando amarrados) feixe
gravura - (quando selecionadas) iconoteca
habitante - (em geral) povo, população, (quando de aldeia, de lugarejo) povoação
herói - falange
hiena - alcatéia
hino - hinário
ilha - arquipélago
imigrante - (quando em trânsito) leva, (quando radicados) colônia
índio - (quando formam bando) maloca, (quando em nação) tribo
instrumento - (quando em coleção ou série) jogo, ( quando cirúrgicos) aparelho, (quando de artes e ofícios) ferramenta, (quando de trabalho grosseiro, modesto) tralha
inseto - (quando nocivos) praga, (quando em grande quantidade) miríade, nuvem, (quando se deslocam em sucessão) correição
javali - alcatéia, malhada, vara
jornal - hemeroteca
jumento - récova, récua
jurado - júri, conselho de sentença, corpo de jurados
ladrão - bando, cáfila, malta, quadrilha, tropa, pandilha
lâmpada - (quando em fileira) carreira, (quando dispostas numa espécie de lustre) lampadário leão - alcatéia
lei - (quando reunidas cientificamente) código, consolidação, corpo, (quando colhidas aqui e ali) compilação
leitão - (quando nascidos de um só parto) leitegada
livro - (quando amontoados) chusma, pilha, ruma, (quando heterogêneos) choldraboldra, salgalhada, (quando reunidos para consulta) biblioteca, (quando reunidos para venda) livraria, (quando em lista metódica) catálogo
lobo - alcatéia, caterva macaco - bando, capela
malfeitor - (em geral) bando, canalha, choldra, corja, hoste, joldra, malta, matilha, matula, pandilha, (quando organizados) quadrilha, seqüela, súcia, tropa
maltrapilho - farândola, grupo
mantimento - (em geral) sortimento, provisão, (quando em saco, em alforge) matula, farnel, (quando em cômodo especial) despensa
mapa - (quando ordenados num volume) atlas, (quando selecionados) mapoteca máquina - maquinaria, maquinismo marinheiro - maruja, marinhagem, companha, equipagem, tripulação, chusma
médico - (quando em conferência sobre o estado de um enfermo) junta
menino - (em geral) grupo, bando, (depreciativamente) chusma, cambada
mentira - (quando em seqüência) enfiada
mercadoria - sortimento, provisão
mercenário - mesnada
metal - (quando entra na construção de uma obra ou artefato) ferragem
ministro - (quando de um mesmo governo) ministério, (quando reunidos oficialmente) conselho montanha - cordilheira, serra, serrania
mosca - moscaria, mosquedo
móvel - mobília, aparelho, trem
música - (quanto a quem a conhece) repertório
músico - (quando com instrumento) banda, charanga, filarmônica, orquestra
nação - (quando unidas para o mesmo fim) aliança, coligação, confederação, federação, liga, união navio - (em geral) frota, (quando de guerra) frota, flotilha, esquadra, armada, marinha, (quando reunidos para o mesmo destino) comboio
nome - lista, rol
nota - (na acepção de dinheiro) bolada, bolaço, maço, pacote, (na acepção de produção literária, científica) comentário
objeto - V coisa
onda - (quando grandes e encapeladas) marouço
órgão - (quando concorrem para uma mesma função) aparelho, sistema
orquídea - (quando em viveiro) orquidário
osso - (em geral) ossada, ossaria, ossama, (quando de um cadáver) esqueleto
ouvinte - auditório
ovelha - (em geral) rebanho, grei, chafardel, malhada, oviário, (quando ainda não deram cria e nem estão prenhes) alfeire
ovo - (os postos por uma ave durante certo tempo) postura, (quando no ninho) ninhada
padre - clero, clerezia
palavra - (em geral) vocabulário, (quando em ordem alfabética e seguida de significação) dicionário, léxico, (quando proferidas sem nexo) palavrório
pancada - data
pantera - alcatéia
papel - (quando no mesmo liame) bloco, maço, (em sentido lato, de folhas ligadas e em sentido estrito, de 5 folhas) caderno, (5 cadernos) mão, (20 mãos) resma, (10 resmas) bala
parente - (em geral) família, (em reunião) tertúlia
partidário - facção, partido, torcida
partido (político) - (quando unidos para um mesmo fim) coligação, aliança, coalização, liga pássaro - passaredo, passarada
passarinho - nuvem, bando
pau - (quando amarrados) feixe, (quando amontoados) pilha, (quando fincados ou unidos em cerca) bastida, paliçada
peça - (quando devem aparecer juntas na mesa) baixela, serviço, (quando artigos comerciáveis, em volume para transporte) fardo, (em grande quantidade) magote, (quando pertencentes à artilharia) bateria, (de roupas, quando enroladas) trouxa, (quando pequenas e cosidas umas às outras para não se extraviarem na lavagem) apontoado, (quando literárias) antologia, florilégio, seleta, silva, crestomatia, coletânea, miscelânea.
peixe - (em geral e quando na água) cardume, (quando miúdos) boana, (quando em viveiro) aquário, (quando em fileira) cambada, espicha, enfiada, (quando à tona) banco, manta
pena - (quando de ave) plumagem
peregrino - caravana, romaria, romagem
pérola - (quando enfiadas em série) colar, ramal
pessoa - (em geral) aglomeração, banda, bando, chusma, colméia, gente, legião, leva, maré, massa, mó, mole, multidão, pessoal, roda, rolo, troço, tropel, turba, turma, (quando reles) corja, caterva, choldra, farândola, récua, súcia, (quando em serviço, em navio ou avião) tripulação, (quando em acompanhamento solene) comitiva, cortejo, préstito, procissão, séqüito, teoria, (quando ilustres) plêiade, pugilo, punhado, (quando em promiscuidade) cortiço, (quando em passeio) caravana, (quando em assembléia popular) comício, (quando reunidas para tratar de um assunto) comissão, conselho, congresso, conclave, convênio, corporação, seminário, (quando sujeitas ao mesmo estatuto) agremiação, associação, centro, clube, grêmio, liga, sindicato, sociedade
pilha - (quando elétricas) bateria
pinto - (quando nascidos de uma só vez) ninhada
planta - (quando frutíferas) pomar, (quando hortaliças, legumes) horta, (quando novas, para replanta) viveiro, alfobre, tabuleiro, (quando de uma região) flora, (quando secas, para classificação) herbário.
ponto - (de costura) apontoado
porco - (em geral) manada, persigal, piara, vara, (quando do pasto) vezeira
povo - (nação) aliança, coligação, confederação, liga
prato - baixela, serviço, prataria
prelado - (quando em reunião oficial) sínodo
prisioneiro - (quando em conjunto) leva, (quando a caminho para o mesmo destino) comboio professor - (quando de estabelecimento primário ou secundário) corpo docente, (quando de faculdade) congregação
quadro - (quando em exposição) pinacoteca, galeria
querubim - coro, falange, legião
recipiente - vasilhame
recruta - leva, magote
religioso - clero regular
roupa - (quando de cama, mesa e uso pessoal) enxoval, (quando envoltas para lavagem) trouxa salteador - caterva, corja, horda, quadrilha
saudade - arregaçada
selo - coleção
serra - (acidente geográfico) cordilheira
servical - queira
soldado - tropa, legião
trabalhador - (quando reunidos para um trabalho braçal) rancho, (quando em trânsito) leva tripulante - equipagem, guarnição, tripulação
utensílio - (quando de cozinha) bateria, trem, (quando de mesa) aparelho, baixela
vadio - cambada, caterva, corja, mamparra, matula, súcia
vara - (quando amarradas) feixe, ruma velhaco - súcia, velhacada
OBSERVAÇÃO: Na maioria dos casos, a forma coletiva se constrói mediante a adaptação do sufixo conveniente: arvoredo (de árvores), cabeleira (de cabelos), freguesia (de fregueses), palavratório (de palavras), professorado (de professores), tapeçaria (de tapetes) etc.
(Fonte: Dicionário Michaelis )

Origem das Palavras

Tudo tem a sua história. A língua portuguesa não é diferente. Toda língua possui uma história que se confunde com a de seus falantes, ou seja, o seu povo. O português também é assim. Nossas palavras vêm de várias fontes. Vejamos:

1ª) Fonte primária e básica é o LATIM FALADO, que os filólogos denominam de "latim vulgar". Este latim era levado pelos soldados romanos a cada região conquistada pelo império. Em cada terra, os soldados romanos se misturavam na convivência, que também gerou uma mistura lingüística do latim vulgar com a língua nativa do lugar, dando origem a vários idiomas, como: português, castelhano, catalão, provençal, francês, rético, italiano, sardo, dalmático (morto) e romeno.
A Península Ibérica foi conquistada no século III A.C.. Nela habitavam celtas, iberos, fenícios, gregos e outros grupos. Celso Cunha diz que poucas palavras destes povos permaneceram no português, como: balsa, barro, carrasco, louça, manteiga e alguns sufixos.

2ª) LATIM ESCRITO usado pela Igreja Católica e pelos intelectuais, de onde nasceram as palavras eruditas no português, como: celeste, fascículo, homúnculo, lácteo, miraculoso (de milagre).
3ª) Outras línguas, quase sempre neolatinas, das quais recebemos palavras que tiveram origem também no latim, como "amistoso", ligado à palavra castelhana amistad (no português amizade), do latim amicitate.

4ª) Invasões estrangeiras. Os visigodos, no século V, como os árabes, do século VII ao XV, estiveram na Península Ibérica, por isso há no português várias palavras de origem gótica, como: albergue, bando, guerra, trégua; de origem árabe, como: alface, álcool, cifra, faquir, tripa, xadrez.
De 1580 a 1640 Portugal permaneceu sob o domínio espanhol, são desta época o espanholismo, como: alambrado, granizo, hombridade, neblina redondilha, tablado, vislumbrar.

5ª) Imigrações. Já no Brasil, o português sofreu influência dos negros, que foram trazidos como escravos, como acarajé, candomblé, dengue, vatapá. Recebemos palavras também do povo nativo, os índios, principalmente nos nomes dos acidentes geográficos e das cidades. Depois dos europeus e asiáticos vindos ao Brasil no final do século XIX e início do século XX, como: italianos, espanhóis, japoneses. Por isso, o português do Brasil foi se distanciando do português de Portugal.

6ª) Influencia cultural. A intelectualidade brasileira já sofreu forte influência cultural da França, por isso temos palavras importadas do francês, como: chique, croqui, tricô, menu, omelete, purê, sutiã. Atualmente sofremos uma influência forte do inglês norte-americano, como: basquete, vôlei, boxe, ringue, uísque, nocaute, cartum, filme. Havendo muitas palavras que conservam a ortografia inglesa, como: marketing, software, overnight, holding, lobby.
E o português continua aberto à importação de termos estrangeiros, principalmente em tempos de globalização.
Hélio Consolaro

sábado, 10 de janeiro de 2009

Regência

Regência

É a parte da Gramática Normativa que estuda a relação entre dois termos, verificando se um termo serve de complemento a outro. A palavra ou oração que governa ou rege as outras chama-se regente ou subordinante;os termos ou oração que dela dependem são os regidos ou subordinados.
Ex.: Aspiro o perfume da flor. (cheirar)/ Aspiro a uma vida melhor. (desejar)


Regência Verbal
1- Chegar/ ir – deve ser introduzido pela preposição a e não pela preposição em.
Ex.: Vou ao dentista./ Cheguei a Belo Horizonte.

2- Morar/ residir – normalmente vêm introduzidos pela preposição em.
Ex.: Ele mora em São Paulo./ Maria reside em Santa Catarina.

3- Namorar – não se usa com preposição.
Ex.: Joana namora Antônio.

4- Obedecer/desobedecer – exigem a preposição a.
Ex.: As crianças obedecem aos pais./ O aluno desobedeceu a o professor.

5-Simpatizar/ antipatizar – exigem a preposição com.
Ex.: Simpatizo com Lúcio./ Antipatizo com meu professor de História.

Atenção!
Estes verbos não são pronominais, portanto, são considerados construções erradas quando aparecem acompanhados de pronome oblíquo: Simpatizo-me com Lúcio./ Antipatizo-me com meu professor de História.

6- Preferir - este verbo exige dois complementos sendo que um usa-se sem preposição e o outro com a preposição a.
Ex.: Prefiro dançar a fazer ginástica.

Atenção!
Segundo a linguagem formal, é errado usar este verbo reforçado pelas expressões ou palavras: antes, mais, muito mais, mil vezes mais, etc.
Ex.: Prefiro mil vezes dançar a fazer ginástica.

Verbos que apresentam mais de uma regência
1 - Aspirar
a- no sentido de cheirar, sorver: usa-se sem preposição.
Ex.: Aspirou o ar puro da manhã.

b- no sentido de almejar, pretender: exige a preposição a.
Ex.: Esta era a vida a que aspirava.

2 - Assistir
a) no sentido de prestar assistência, ajudar, socorrer: usa-se sem preposição.
Ex.: O técnico assistia os jogadores novatos.

b) no sentido de ver, presenciar: exige a preposição a.
Ex.: Não assistimos a o show.
c) no sentido de caber, pertencer: exige a preposição a.
Ex.: Assiste a o homem tal direito.
d) no sentido de morar, residir: é intransitivo e exige a preposição em.
Ex.: Assistiu em Maceió por muito tempo.

3 - Esquecer/lembrar
a- Quando não forem pronominais: são usados sem preposição.
Ex.: Esqueci o nome dela.
b- Quando forem pronominais: são regidos pela preposição de.
Ex.: Lembrei-me do nome de todos.

4 - Visar
a) no sentido de mirar: usa-se sem preposição. Ex.: Disparou o tiro visando o alvo.
b) no sentido de dar visto: usa-se sem preposição. Ex.: Visaram os documentos.
c) no sentido de ter em vista, objetivar: é regido pela preposição a.
Ex.: Viso a uma situação melhor.

5 - Querer
a) no sentido de desejar: usa-se sem preposição. Ex.: Quero viajar hoje.
b) no sentido de estimar, ter afeto: usa-se com a preposição a.
Ex.: Quero muito aos meus amigos.

6 - Proceder
a) no sentido de ter fundamento: usa-se sem preposição.
Ex.: Suas queixas não procedem.
b) no sentido de originar-se, vir de algum lugar: exige a preposição de.
Ex.: Muitos males da humanidade procedem da falta de respeito ao próximo.
c) no sentido de dar início, executar: usa-se a preposição a.
Ex.: Os detetives procederam a uma investigação criteriosa.

7 - Pagar/ perdoar
a) se tem por complemento palavra que denote coisa: não exigem preposição.
Ex.: Ela pagou a conta do restaurante.
b) se tem por complemento palavra que denote pessoa: são regidos pela preposição a.
Ex.: Perdoou a todos.

8 - Informar
a) no sentido de comunicar, avisar, dar informação: admite duas construções:
1) objeto direto de pessoa e indireto de coisa (regido pelas preposições de ou sobre).
Ex.: Informou todos do ocorrido.
2) objeto indireto de pessoa ( regido pela preposição a) e direto de coisa.
Ex.: Informou a todos o ocorrido.

9 - Implicar
a) no sentido de causar, acarretar: usa-se sem preposição.
Ex.: Esta decisão implicará sérias conseqüências.
b) no sentido de envolver, comprometer: usa-se com dois complementos, um direto e um indireto com a preposição em.
Ex.: Implicou o negociante no crime.

c) no sentido de antipatizar: é regido pela preposição com.
Ex.: Implica com ela todo o tempo.

10- Custar
a) no sentido de ser custoso, ser difícil: é regido pela preposição a.
Ex.: Custou ao aluno entender o problema.
b) no sentido de acarretar, exigir, obter por meio de: usa-se sem preposição.
Ex.: O carro custou-me todas as economias.
c) no sentido de ter valor de, ter o preço: usa-se sem preposição.
Ex.: Imóveis custam caro.

Regência Nominal

Alguns nomes também exigem complementos preposicionados.
Conheça alguns:
acessível a
acostumado a, com
adaptado a, para
afável com, para com
aflito com, em, para, por
agradável a
alheio a, de
alienado a, de
alusão a
amante de
análogo a
ansioso de, para, por
apto a, para
atento a, em
aversão a, para, por
ávido de, por
benéfico a
capaz de, para
certo de
compatível com
compreensível a
comum a, de
constante em
contemporâneo a, de
contrário a
curioso de, para, por
desatento a
descontente com
desejoso de
desfavorável a
devoto a, de
diferente de
difícil de
digno de
entendido em
equivalente a
erudito em
escasso de
essencial para
estranho a
fácil de
favorável a
fiel a
firme em
generoso com
grato a
hábil em
habituado a
horror a
hostil a
idêntico a
impossível de
impróprio para
imune a
incompatível com
inconseqüente com
indeciso em
independente de, em
indiferente a
indigno de
inerente a
insaciável de
leal a
lento em
liberal com
medo a, de
natural de
necessário a
negligente em
nocivo a
ojeriza a, por
paralelo a
parco em, de
passível de
perito em
permissivo a
perpendicular a
pertinaz em
possível de
possuído de
posterior a
preferível a
prejudicial a
prestes a
propenso a, para
propício a
próximo a, de
relacionado com
residente em
responsável por
rico de, em
seguro de, em
semelhante a
sensível a
sito em
suspeito de
útil a, para
versado em

Tira Dúvidas

Listei algumas dúvidas mais comuns do dia-a-dia da língua portuguesa, para que você faça uma pequena revisão do seu vocabulário e evite erros comuns.

A OU HÁ?
A – preposição, indica fato futuro:Partiremos daqui a duas horas.
– do verbo haver, é usado em expressões que indicam tempo já transcorrido:
Tudo aconteceu há vinte anos.

À MEDIDA QUE OU NA MEDIDA EM QUE?
À medida que – indica proporção, desenvolvimento simultâneo e gradual, equivale “ à proporção que”.O crime foi solucionado à medida que as investigações avançaram.
A medida que o tempo passa, os costumes mudam.
Na medida em que – indica uma causa, equivale a “porque”, “uma vez que”:
O fornecimento de luz foi interrompido na medida em que os pagamentos não vinham sendo efetuados.
A expressão à medida que equivale a na medida em que. Ambas são corretas

A PAR OU AO PAR?
A par – sentido de “bem informado”, “ciente”:Você precisa se manter a par de tudo o que acontece
Ao par – expressão usada para indicar relação de equivalência ou igualdade entre valores financeiros:As moedas fortes mantêm o câmbio ao par.

AO ENCONTRO DE OU DE ENCONTRO A?
Ao encontro de – indica “ser favorável a”, “aproximar-se de”:
Sua opinião veio ao encontro da minha.
Quando o vi, fui ao seu encontro.
De encontro a – indica “oposição”, “colisão”:Sua opinião sempre veio de encontro à minha.
O caminhão foi de encontro ao poste.

A CERCA DE OU HÁ CERCA DE?
Acerca de - significa “sobre”, “a respeito de”:Haverá uma exposição acerca das obras já entregues.
Há cerca de - indica um período aproximado de tempo já transcorrido:
O Brasil foi descoberto há cerca de quinhentos anos.

AFIM OU A FIM?
Afim – adjetivo que significa “igual”, “semelhante”. Relaciona com a ideia de “afinidade”:
São pessoas afins.
A fim - significa “para” indica ideia de finalidade:Ela tentou fingir ser rica a fim de nos enganar.

EM NÍVEL OU A NÍVEL DE?
Em nível - só pode ser usado em situações em que existam "níveis":
Este problema só pode ser resolvido em nível de diretoria.
A nível de - não existe. Foi um modismo criado nos últimos anos. Devemos evitá-lo:”A nível de relatório, o trabalho está muito bom.”O certo é: "Quanto ao relatório... ou Com referência ao relatório..."

MAS OU MAIS?
Embora parecidas na pronúncia, em várias partes do Brasil, trata-se na verdade de palavras diferentes.
Mas - conjunção adversativa, equivalente a “porém”, “contudo”, “entretanto”:
O Brasil passa por melhorias, mas não consegue se desenvolver.
Mais – pronome ou advérbio de intensidade:
Ela é uma das mulheres mais bonitas do país.

MAU OU MAL?
Mau – adjetivo, significa ruim, de má índole ou má qualidade. Opõe-se a bom.
Aquela menina tem um coração mau.
Mal - pode ser conjunção (indicando tempo), advérbio (opõe-se a bem) ou substantivo (significando doença):
O time jogou mal, mas conseguiu recuperar no final da partida.

ONDE OU AONDE?
Onde - indica o lugar em que está ou acontece algum fato:
Onde você está?
Onde vai ficar nas suas férias?
Aonde - indica movimento ou aproximação:
Aonde você vai?Aonde devo passar para chegar no bairro ao lado?

DEMAIS OU DE MAIS?
Demais – pode ser advérbio de intensidade, com sentido de “muito”, pode aparecer intensificando verbos, adjetivos ou outros advérbios. Também pode ser pronome indefinido, equivalente a “os outros”:
Estamos bem até demais.Os demais membros do clube.
De mais – oposto de “de menos”. Refere-se a um substantivo ou pronome:
Não vi nada de mais em sua atitude.

SENÃO OU SE NÃO?
Senão – equivale a “caso contrário” ou “a não ser”:Preciso que ela chegue a tempo, senão será cancelada a reunião.S
Se não – aparece em orações condicionais, equivale a “caso não”:Se não houver competência, não ganharemos as eleições.

TAMPOUCO OU TÃO POUCO?
Já não se enforcavam ladrões, tampouco os falsários.
Era tão pouco o que ofereciam para comer.
TAMPOUCO significa também não (advérbio).
TÃO POUCO significa muito pouco (advérbio).

Material coletado no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Reforma Ortográfica

O que muda com a reforma da língua portuguesa

As novas regras da língua portuguesa começam a ser implementadas em 2009. Mudanças incluem fim do trema e devem mudar entre 0,5% e 2% do vocabulário brasileiro. Veja abaixo quais são as mudanças.

HÍFEN

PREFIXO E FALSO PREFIXO

Aero, agro, alvi, ante, anti, arqui, auto, bio, contra, des, eletro, entre, extra*, foto, geo, hidro, in, infra, intra, macro, maxi, mega, micro, mini, moto, multi, nano, neo, pluri, poli, proto, pseudo, re, retro, semi, sobre, socio, supra, tele, tri, ultra, vaso, vídeo – Usar hífen qdo seguido de mesma vogal, H, R(dobra o R), S(dobra o S)
Ciber, hiper, inter, super – Usar hífen antes de quando seguido de vogal, H, R.
Sob, sub – vogal, H, R, B.
Circum, pan – vogal, H, M, N.
Bem – Vogal, H.
Mal – Vogal, H.
Co – Mesma vogal, H, S(dobra o S)
Ab, ad, ob – H, R, D.
Pré, pró, pós, ex, sem, além, aquém, recém, sota, soto, vice, vizo – SEMPRE usa o hífen.
Pre, pro, pos, re – NUNCA.
Açu, guaçu, mirim (SUFIXO) – SEMPRE.

Não se usará mais:
1. quando o segundo elemento começa com s ou r, devendo estas consoantes ser duplicadas, como em "antirreligioso", "antissemita", "contrarregra", "infrassom". Exceção: será mantido o hífen quando os prefixos terminam com r -ou seja, "hiper-", "inter-" e "super-"- como em "hiper-requintado", "inter-resistente" e "super-revista". Letras iguais se rejeitam e ganham hífen.
2. quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente. Exemplos: "extraescolar", "aeroespacial", "autoestrada". Letras diferentes se atraem e não ganham hífen..

TREMA

Deixará de existir, a não ser em nomes próprios e seus derivados.

O trema sobre o u das formas que, qui, gue, gui foi abolido da Língua Portuguesa.
A pronúncia átona do u, porém, permanece.

Tenho cinquenta anos de idade.
Estou muito tranquilo.

ACENTO DIFERENCIAL

Não se usará mais para diferenciar:

1. "pára" (flexão do verbo parar) de "para" (preposição)

2. "péla" (flexão do verbo pelar) de "pela" (combinação da preposição com o artigo)

3. "pólo" (substantivo) de "polo" (combinação antiga e popular de "por" e "lo")

4. "pélo" (flexão do verbo pelar), "pêlo" (substantivo) e "pelo" (combinação da preposição com o artigo)

5. "pêra" (substantivo - fruta), "péra" (substantivo arcaico - pedra) e "pera" (preposição arcaica)
6. pôde permanece com o acento diferencial.


ALFABETO

Passará a ter 26 letras.
Foram incorporadas oficialmente as letras k, w e y à Língua Portuguesa.

Essas letras nunca deixaram de ser usadas pelos brasileiros. Só não eram oficializadas. Agora o são.

Devem ser usadas respeitando as seguintes regras:

1) símbolos
São usadas em siglas, símbolos e palavras indicadoras de unidades de medida de uso internacional:
Km, kg, W (watt)

2) estrangeirismos
São usadas em palavras e nomes estrangeiros e seus derivados. O mesmo ocorre com o trema:
Waffle, ketchup, kantismo, kart, yakuza, yin-yang, yuppie, wagneriano, walkie-talkie, Kuwait, malawiano, Müller, mülleriano.

3) nomes próprios de pessoas
Apesar de não constar de manual algum, não há como negar o direito de os pais nomearem seus filhos utilizando essas letras:
Kátia, Katya, Wellington, Walter, Wilson, Yasmin

ACENTO CIRCUNFLEXO

Não se usará mais:

1. nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e seus derivados. A grafia correta será "creem", "deem", "leem" e "veem"

2. em palavras terminados em hiato "oo", como "enjôo" ou "vôo" -que se tornam "enjoo" e "voo"

ACENTO AGUDO

Não se usará mais:

1. nos ditongos abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas, como "assembléia", "idéia", "heróica" e "jibóia"

2. nas palavras paroxítonas, com "i" e "u" tônicos, quando precedidos de ditongo. Exemplos: "feiúra" e "baiúca" passam a ser grafadas "feiura" e "baiuca"

3. nas formas verbais que têm o acento tônico na raiz, com "u" tônico precedido de "g" ou "q" e seguido de "e" ou "i". Com isso, algumas poucas formas de verbos, como averigúe (averiguar), apazigúe (apaziguar) e argúem (arg(ü/u)ir), passam a ser grafadas averigue, apazigue, arguem.

As oxítonas e os monossílabos tônicos mantêm os acentos. Só as paroxítonas perderam os acentos.

GRAFIA

No português lusitano:1. desaparecerão o "c" e o "p" de palavras em que essas letras não são pronunciadas, como "acção", "acto", "adopção", "óptimo" -que se tornam "ação", "ato", "adoção" e "ótimo"

Apredendo a Língua Portuguesa

Sintaxe

Colocação pronominal
É a parte da gramática que trata da correta colocação dos pronomes oblíquos átonos na frase.
Embora na linguagem falada a colocação dos pronomes não seja rigorosamente seguida, algumas normas devem ser observadas sobretudo na linguagem escrita.

Atenção! Existe uma ordem de prioridade na colocação pronominal:
1º tente fazer próclise, depois mesóclise e e em último caso ênclise.

Próclise: É a colocação pronominal antes do verbo.A próclise é usada:
1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que atraem o pronome para antes do verbo. São elas:
a) Palavra de sentido negativo: não, nunca, ninguém, jamais, etc.Ex.: Não se esqueça de mim.
b) Advérbios. Ex.: Agora se negam a depor.
c) Conjunções subordinativas. Ex.: Soube que me negariam.
d) Pronomes relativos. Ex.: Identificaram duas pessoas que se encontravam desaparecidas.
e) Pronomes indefinidos. Ex.: Poucos te deram a oportunidade.
f) Pronomes demonstrativos. Ex.: Disso me acusaram, mas sem provas.

2) Orações iniciadas por palavras interrogativas. Ex.: Quem te fez a encomenda?

3) Orações iniciadas pr palavras exclamativas. Ex.: Quanto se ofendem por nada!

4) Orações que exprimem desejo (orações optativas). Ex.: Que Deus o ajude.

Mesóclise: É a colocação pronominal no meio do verbo.A mesóclise é usada:
1) Quando o verbo estiver no futuro do presente ou futuro do pretérito, contanto que esses verbos não estejam precedidos de palavras que exijam a próclise.
Ex.: Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento em prol da paz no mundo.
Não fosse os meus compromissos, acompanhar-te-ia nessa viagem.

Ênclise: É a colocação pronominal depois do verbo. A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não forem possíveis:

1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo. Ex.: Quando eu avisar, silenciem-se todos.
2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal. Ex.: Não era minha intenção machucar-te.
3) Quando o verbo iniciar a oração. Ex.: Vou-me embora agora mesmo.
4) Quando houver pausa antes do verbo. Ex.: Se eu ganho na loteria, mudo-me hoje mesmo.
5- Quando o verbo estiver no gerúndio. Ex.: Recusou a proposta fazendo-se de desentendida.

Atenção! O pronome poderá vir proclítico quando o infinitivo estiver precedido de preposição ou palavra atrativa.
Ex.: É preciso encontrar um meio de não o magoar./ É preciso encontrar um meio de não magoá-lo.

Colocação pronominal nas locuções verbais
1) Quando o verbo principal for constituído por um particípio:
a) O pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar. Ex.: Haviam-me convidado para a festa.
b) Se, antes do locução verbal, houver palavra atrativa, o pronome oblíquo ficará antes do verbo auxiliar. Ex.: Não me haviam convidado para a festa.

Se o verbo auxiliar estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito, ocorrerá a mesóclise, desde que não haja antes dele palavra atrativa. Ex.: Haver-me-iam convidado para a festa.

2) Quando o verbo principal for constituído por um infinitivo ou um gerúndio:

a) Se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal. Ex.: Devo esclarecer-lhe o ocorrido/ Devo-lhe esclarecer o ocorrido.
Estavam chamando-me pelo alto-falante./ Estavam-me chamando pelo alto-falante.
b) Se houver palavra atrativa, o pronome poderá ser colocado antes do verbo auxiliar ou depois do verbo principal. Ex.: Não posso esclarecer-lhe o ocorrido./ Não lhe posso esclarecer o ocorrido.
Não estavam chamando-me./ Não me estavam chamando.

Observações importantes

Emprego de o, a, os, as
1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral os pronomes o,a,os,as não se alteram.
Ex.: Chame-o agora. Deixei-a mais tranqüila.

2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes finais alteram-se para lo, la, los, las.
Ex.: (Encontrar)Encontrá-lo é o meu maior sonho. (Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa.

3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, ão, õe, õe,), os pronomes o, a, os, as alteram-se para no, na, nos, nas.Ex.: Chamem-no agora. Põe-na sobre a mesa.

4) As formas combinadas dos pronomes oblíquos mo, to, lho, no-lo, vo-lo, formas em desuso, podem ocorrer em próclise, ênclise ou mesóclise. Ex.: Ele mo deu. (Ele me deu o livro)



Concordância nominal

Regra geral:
o artigo, o numeral, o adjetivo e o pronome adjetivo concordam com o substantivo a que se referem em gênero e número.
Ex.: Dois pequenos goles de vinho e um calçado certo deixam qualquer mulher irresistivelmente alta.

Concordâncias especiais:
Ocorrem quando algumas palavras variam sua classe gramatical, ora se comportando como um adjetivo (variável) ora como um advérbio (invariável).

Mais de um vocábulo determinado
1- Pode ser feita a concordância gramatical ou a atrativa.
Ex.: Comprei um sapato e um vestido pretos. (gramatical, o adjetivo concorda com os dois substantivos)Comprei um sapato e um vestido preto. (atrativa, apesar do adjetivo se referir aos dois substantivos ele concordará apenas com o núcleo mais próximo)

Um só vocábulo determinado
1- Um substantivo acompanhado (determinado) por mais de um adjetivo: os adjetivos concordam com o substantivo
Ex.: Seus lábios eram doces e macios.

2- Bastante- bastantes
Quando adjetivo, será variável e quando advérbio, será invariável
Ex.: Há bastantes motivos para sua ausência. (bastantes será adjetivo de motivos)
Os alunos falam bastante. ( bastante será advérbio de intensidade referindo-se ao verbo)

3- Anexo, incluso, obrigado, mesmo, próprio
São adjetivos que devem concordar com o substantivo a que se referem.
Ex.: A fotografia vai anexa ao curriculum.Os documentos irão anexos ao relatório.

Atenção! Quando precedido da preposição em, fica invariável.

Ex.: A fotografia vai em anexo.
Envio-lhes, inclusas, as certidões./ Incluso segue o documento.
A professora disse: muito obrigada./ O professor disse: muito obrigado.
Ele mesmo fará o trabalho./ Ela mesma fará o trabalho.

Atenção! Mesmo pode ser advérbio quando significa realmente, de fato.
Será portanto invariável.
Ex.: Maria viajará mesmo para os EUA.
Ele próprio fará o pedido ao diretor./ Ela própria fará o pedido ao diretor.

4- Muito, pouco, caro, barato, longe, meio, sério, alto
São palavras que variam seu comportamento funcionando ora como advérbios (sendo assim invariáveis) ora como adjetivos (variáveis).

Ex.: Os homens eram altos./ Os homens falavam alto.
Poucas pessoas acreditavam nele./ Eu ganho pouco pelo meu trabalho.
Os sapatos custam caro./ Os sapatos estão caros.A água é barata./ A água custa barato.
Viajaram por longes terras./ Eles vivem longe.
Eles são homens sérios./ Eles falavam sério.
Muitos homens morreram na guerra./ João fala muito.
Ele não usa meias palavras./ Estou meio gorda.

5 - É bom, é necessário, é proibido

Só variam se o sujeito vier precedido de artigo ou outro determinante.
Ex.: É proibido entrada de estranhos./ É proibida a entrada de estranhos.
É necessário chegar cedo./ É necessária sua chegada.

6 - Menos, alerta, pseudo
São sempre invariáveis.

Ex.: Havia menos professores na reunião./Havia menos professoras na reunião.
O aluno ficou alerta./ Os alunos ficaram alerta.
Era um pseudomédico./ Era uma pseudomédica.

7 - Só, sós
Quando adjetivos, serão variáveis, quando advérbios serão invariáveis.
Ex.: A criança ficou só./ As crianças ficaram sós. (adjetivo)

Atenção! A locução adverbial a sós é invariável.
Ex.: Preciso falar a sós com ele.

8 - Concordância dos particípios
Os particípios concordarão com o substantivo a que se referem.
Ex.: Os livros foram comprados a prazo./ As mercadorias foram compradas a prazo.

Atenção! Se o particípio pertencer a um tempo composto será invariável.

Ex.: O juiz tinha iniciado o jogo de vôlei./ A juíza tinha iniciado o jogo de vôlei.
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O USO DO "PORQUE", "POR QUE", "POR QUÊ", "PORQUÊ"
Na língua portuguesa, existem quatro tipos de "porquês".
Eles são utilizados em ocasiões diferentes, mas é muito fácil se enganar em uma redação. Veja a diferença entre eles:
Por que (separado sem acento).
Usa-se esta forma para iniciar perguntas:
- Por que fizeste isso?Podemos trocar o "por que" por "pelo qual motivo", sem alterar o sentido:
- Pelo qual motivo fizeste isso? Por que -> pelo qual motivo.
Porque (junto sem acento)
Utilizamos esse formato para responder perguntas, exemplo:
- Fiz isso porque era necessário. É possível trocar o "porque" por "pois", sem alterar o sentido:
- Fiz isso pois era necessário. Porque -> pois.
Por quê (separado com acento)
Utiliza-se o "por quÊ" em final de frases:
- Sabemos que você não compareceu à reunião, por quê?
Porquê (junto com acento)
Essa forma é utilizada quando o "porquê" tem função de substantivo:- Se ele fez isso, teve um porquê (motivo)- Gostaria de entender o porquê eu tenho que ir.